sábado, 18 de setembro de 2010

Eu gostaria de acreditar em Deus.

Mas não consigo.

  Tem tantas perguntas que povoam minha mente, mas esta é a que mais me incomoda.: "Deus existe?". Primeiro penso "Sim, se não fosse ele, como estaríamos aqui?". Mas a resposta só me deixa mais uma dúvida. Precisamos saber o por que de estarmos aqui, como tudo surgiu, por que surgiu, mas as respostas dessas perguntas vão muito além da nossa compreensão, por isso criamos algo que responderia a todas essas perguntas: Deus.
  Não falo só do Deus dos cristãos, falo de todos os seres superiores, das mais diversas religiões. E vejamos, a maioria dessas divindades foram construídas com base no medo e na repressão, e a milhares de anos atrás, em uma época de pessoas completamente ignorantes. O método mais fácil para controlar a população e saciar sua sede por respostas seria algo a que temer, algo que tivesse dado origem a vida, o universo e tudo mais, um ser superior que poderia vir a castigar os pecadores e os que nele não acreditassem. Claro que por meio de uma alma bondosa enviada a terra - não digo Jesus, mas qualquer outro profeta - para receber os dizimos, sacrifícios, impostos e tudo mais.
  E outra questão mais inquietante que a desse suposto deus (sim, em minúsculo), é a de seu suposto filho, o tal de Jesus. Como posso vir a acreditar em algo que foi escrito a mais de dois mil anos, passou por diversas mãos, milhares de mudanças e erros de tradução? Sem falar que foi escrito pelos seus próprios seguidores. Se eu o amasse, o idolatrasse e o venerasse com certeza eu ia aumentar uma coisinha ali, enfiar uma milagrezinho aqui e acolá.
  Porém não posso afirmar que não existe, como irei saber não é? A questão de estarmos aqui, flutuando com um  planeta em um universo infinitamente grande sem ao menos sabermos o motivo já é tão intrigante que existir um ser onipresente, onipotente e onisciente não parece tão surreal assim.

Isa Luna.

Um comentário:

  1. Bom... Ao ler esse post, lembrei, instantaneamente, do prefácio que fiz para este meu livro: http://sihanfelix.blogspot.com/2010/04/httpwww.html.
    Vou colar o prefácio por aqui. Nem sei se posso. É um pouco grande... Qualquer coisa podes apagar, certo?
    Lá vai:

    Caríssimo ou caríssima,
    Após esse meu breve prefácio, dar-se-á início a uma história necessariamente criativa. Contudo acredite, não é a minha, mas sim a sua criatividade que estará em questão. Por tratar-se de uma história pinturesca, meu intento é fazer com que você utilize dos seus próprios pincéis e tintas imaginários.
    Bem, mas como todo pensador que se preze, irei aclarar alguns pontos que podem estar destituídos de razão e coerência. Essencialmente tudo está de acordo com o que penso e acredito, portanto, desacordos entre nós irão surgir... E é isso o que desejo. Fazendo surgir essa discórdia, estarei estimulando o seu pensar. Nada é mais favorável a quem escreve.
    A Face da Ira - e o deus fecundado - é o espelho de um mundo hipócrita e individualista, onde cada rosto, de quem assim se julgar, está suturado para estabelecer a imagem de um ser análogo e ao mesmo tempo maior e criador do mundo. Platão (1) acreditava no mundo como um prolongamento ou continuação da vida de um deus. Hoje, credito qualquer deus que aja por sua própria vontade, monoteísta ou politeísta, ao prolongamento ou continuação da incompetência humana de modificar, por si só, a própria realidade.
    Assim sendo, quaisquer deus ou deuses, criados pela humanidade, são minhas tintas, telas e pincéis para desenvolver uma historieta onde tudo é tão imaginário e fictício quanto um ser acima de tudo. Penso que, se creres no sentido literal dos sagrados livros (inclusive que somos todos descendentes de um só casal e que um mar abriu em sua imensidão), essa leitura tornar-se-á uma surpresa fácil, confortável e por fim atemorizante, onde o Nada será perfeitamente plausível, bem como Grumo (2), Oko (3), Ezi (4), um peixe pêndulo, uma garça hedionda, flores que brotam do gelo, um enorme primata que as devora, e o deus que está em você. Mas se acreditas em nada, de sentido inverso tornar-se-á a leitura: Será atemorizante, confortável e então fácil, onde o Nada e tudo descrito serão francas alusões ao deus que é você.
    Porém, meu caro ou minha cara, não me julgue um ateu. O meu deus não nos cunhou como seu semelhante e muito menos é membro dizimista de religiões. É ele uma fé introvertida: Vegetativo, disposto a eutanásia, e eu, como seu responsável e um exemplo da nossa hipocrisia, o privo dessa felicidade.

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